Mesmo sem inspiração para escrever. Ele decidiu iniciar um texto só para exercitar o desejo de voltar a escrever diariamente. A sensação da escrita o tirava de seu mundo cotidiano e o levava para outras dimensões do mundo e de seu cérebro, que estavam a tempos distantes.
Mas agora ele esta de volta, meio trôpego e cambaleando como um alcoólatra na fria noite de inverno. Mas para ele o mais importante era esta novamente em contato com seus pensamentos e com o momento de meditação e reflexão sobre as coisas ocorridas em mais um dia de vida.
Em dia atípico no qual teve contato com pessoas de vida completamente diferente da dele, com outras necessidades, valores e preocupações. Este contato o levou a precisar de um tempo com seu computador para colocar os pensamentos e sentimentos em ordem.
Estes novos seres humanos, no qual teve contato, deixaram seus lares, famílias e amigos para seguirem uma caminhada de protesto e manifestações nas quais nem sempre avaliam os riscos, os malefícios e os benefícios. Neste contato uma pergunta o incomodava, o que leva uma senhora com mais de 65 anos de idade acompanhar uma marcha de mais de 400 km? Atravessar o Estado de ponta a ponta. Partindo de um lugarejo no norte de Minas Gerais, empreitar noites mal dormidas, manhãs e noites de fome para uma manifestação na qual não consegue entender seus objetivos e muito menos a forma como as negociações são conduzidas.
E qual o motivo de vidas levadas de formas tão distintas, em algum momento se cruzarem? Será o designo divino ou o mero acaso do caos chamado vida. Resposta a este dilema e deveras difícil e de varias vertentes, nas quais não tenho competência para navegar.
Mas algo ficará guardado como a lição do dia, a importância do ato de escrever para a meditação e o encontro consigo mesmo. Também, ficara a certeza que minhas orações desta noite e minhas vibrações de energia estará com aquelas pessoas de vida simples, e que podem estar sendo vitimas de uma ocasião ou de um grupo de interesses distintos das demais pessoas que ali se encontravam.
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