quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Acidente de Trabalho & Finanças Pessoais

Recentemente, fui convidado para participar da SIPAT de uma das maiores gráficas de Belo Horizonte, não irei citar o nome para preserva o cliente. A demanda dos diretores foi abordar os temas CIPA – Comissão Interna Prevenção de Acidente e os impactos nas finanças dos empregados da organização.

Iniciei o “bate-papo”, com aproximadamente 100 empregados, desmitificando o mito que acidente só acontece no local do trabalho, pois na visão dos Engenheiros de Segurança e Cipistas o acidente acontece com ações ou atitudes inseguras, independentemente do local aonde ocorram, ou seja, trabalho, casa, escola ou Trânsito.
Estes acidentes impactam fortemente a finanças dos envolvidos no acidente, entretanto os acidentes podem ser evitados com pequenos investimentos, veja no quadro a relação de custo versus benefícios de se adquirir equipamentos de proteção individual – EPI.
Acidentes
Atendimento
EPI
Diferença
Corte Mão
Consulta - $ 120,00
Luva de jaqueta $ 10,00
$ 110,00
Fagulha nos olhos
Consulta e colírio - $ 135,00
Óculos Proteção $ 10,00
$ 125,00
Queda de altura
Consulta - $ 120,00
Cinto de segurança tipo paraquedista $ 45,00
$ 75,00
Alergia e irritações
Remédio antialérgico - $ 40,00
Mascará de proteção $ 30,00
$ 10,00
Totais
R$ 415,00
R$ 95,00
R$ 320,00

Ao optar pela utilização do EPI teremos uma economia de aproximadamente 77% do valor, que poderá ser gasto em despesas hospitalares. Podemos ainda, contabilizar em nossos cálculos, os prejuízos referentes ao afastamento do trabalho. Entre eles, férias, 13º salários, contagem de tempo para aposentadoria, entre outros. Mas deixemos este assunto para outra oportunidade.

Querendo saber melhores informações, mande sua dúvida para crenatoalmeida@gmail.com

Saúde e Sucesso a todos que me leem.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

A Sabedoria dos Provérbios

No final do mês de julho foi aniversário do meu pai, ou do vô Bené como é chamado pelos netos e bisnetos. Como é de costume reunimos toda a família, inclusive os filhos que moram fora de Minas Gerais, para comemorarmos os 87 anos de vida do patriarca da família.
Vô Bené, nascido e criado na roça até os 25 anos de idade, como todo caboclo, adora falar e filosofar sobre a vida por meio de provérbios. Eu como não sou “jacu da roça”, em todos os nossos almoços de final de semana, bebo desta inesgotável fonte de sabedoria e vivência. Neste almoço de aniversário, não foi diferente, após farta refeição nos reunimos em volta da mesa para tomar um café e comer um pedaço de queijo, tradicional das famílias mineiras. Foi quando o vô Bené citou alguns dos seus famosos provérbios, e eu aproveito as dicas, para dar um viés de finanças pessoais aos mesmos, então seguem os provérbios:

Mais vale um pássaro na mão, que dois voando;
Ao investir seus rendimentos, fique atento com os riscos que envolvem a aplicação, pois é preferível ganhar um pouco menos, a arriscar-se em águas desconhecidas, como já abordado em nosso texto Rumo ao Tesouro.

Não se coloca todos os ovos no mesmo cesto

Assim quando colher os ovos das galinhas, não devemos colocar todos em um mesmo cesto, pois caso haja um acidente de transporte e todos os ovos se quebrem, ainda teremos uma reserva de ovos em outro local. Também não devemos aplicar todo o nosso recurso financeiro em uma única aplicação financeira, pois caso haja algum movimento do mercado não previsto, poderemos perder toda nossa lucratividade. O ideal é termos no mínimo três ou quatro aplicações diferentes, independente do valor economizado. Afinal de contas Prudência e canja de galinha, não faz mal a ninguém;

É de menino que se torce o pepino;

A educação financeira deve ser adquirida desde pequenino, pois assim como, os nossos valores morais são definidos na infância. Também economizar e gerir as finanças devem ser aprendidos quando criança. Quem sabe gerir bem sua mesada, saberá também gerir seu salário, dividendos e investimentos.

Nem tudo que reluz é ouro;

Dificilmente o investimento que está na vitrine do banco ou que aparece na propaganda de TV é o melhor para você e o seu dinheiro. Antes de tomar a decisão de onde aplicar seu dinheiro, pergunte, pesquise e analise as possíveis propostas.


Saúde e Sucesso a todos que me leem.


 

domingo, 3 de junho de 2012

O Tempo passa, o tempo voa...

Quem não se lembra da propaganda do banco Bamerindus, nos anos 90, na qual o ator Toni Lopes, um senhor calvo, de barba bem aparada, muito simpático, fazia o anuncio da conta poupança do banco. Ao fundo nos comerciais, sempre tocava um jingle, música para propaganda, com os seguintes dizeres: - "O tempo passa, o tempo voa; e a 'Poupança Bamerindus' continua numa boa... é a 'Poupança Bamerindus'!".

Este refrão repetia várias vezes, principalmente nos intervalos do Domingão do Faustão à época. Esta música ficou retida no subconsciente de milhares de brasileiros até os dias de hoje, principalmente nos que nasceram antes da década de 80.

O que muitos de nós não sabíamos, era que a refrão da música não era verdadeiro, pois como dizia o poeta Renato Russo “o para sempre, sempre acaba”, e com as mudanças da vida e principalmente da economia, a vida mudou e muito. O Banco Bamerindus faliu, após alguns escândalos e desvios financeiros, o Bamerindus sofreu intervenção do Banco Central e entrou no Programa de Estimulo Financeiro Nacional (PROER) em 1997, ou seja, dividiu o prejuízo com todos os brasileiros. O ator aquele senhor extremamente simpático faleceu em 2004, e até a poupança que era intocável há mais de séculos, recentemente sofre alteração, a única verdade intocável do jingle é que o tempo voa.

Esta introdução foi para conversar um pouco sobre as alterações da poupança. No Brasil a poupança foi criada juntamente com a Caixa Econômica Federal, através do Decreto 2.723/ 1.861, assinado por Dom Pedro II. Tal dispositivo legal autorizou a “criação de uma Caixa Econômica, que tem por fim, receber a juro de 6% as pequenas economias das classes menos abastadas, e de assegurar, sob garantia do Governo Imperial, a fiel restituição do que pertencer a cada contribuinte, quando este o reclamar”. Outra alteração mais significativa foi introduzida em 1964, que instituiu a Correção Monetária para tais depósitos. Assim, além da remuneração anual de 6%, os valores depositados passaram a ser atualizados mensalmente pela Correção Monetária conforme índices definidos pelo Banco Central do Brasil.

Já mais próximo de nós, em 16/03/1990, sofremos a intervenção nas contas de popança através das medidas do Plano Collor I, que bloqueou todas as contas correntes ou das cadernetas de poupança que excedessem a NCz$50mil (Cruzado novo), os recursos foram congelados por 18 meses, recebendo durante esse período uma rentabilidade equivalente à taxa de inflação mais 6% ao ano. Esta medida traumatizou toda uma geração, levando até mesmo ao suicídio vários pais de famílias que ficaram desesperados por não terem dinheiro para honrar seus compromissos.

Em 2012, graças ao novo status ocupado pelo país em termos econômicos, temos nova alteração nas contas de poupança, mas desta vez, com responsabilidade e coerência. O Governo Federal preservou os contratos e direitos dos investidores, nesta modalidade de investimento. A alteração afetará somente os novos depósitos realizados a partir da publicação da Medida Provisória em 04/05/2012. Assim sendo, existirá a possibilidade de termos dois rendimento distintos, ou seja, os depósitos realizados até 30/04/2012 corrigidos pela TR + 6% e os depósitos após 04/05/2012 serão corrigidos pela TR+ variação da Selic (70% da Selic, quando esta for igual ou inferior a 8,5%).

Para o devido controle, alguns bancos criaram um digito a mais nas contas para diferenciar os depósitos.
A dica para garantir uma melhor taxa com as alterações é abrir uma nova conta, para novos depósitos e saques. Pois toda vez que houver um saque na conta de poupança, o dinheiro será sacado na parte que tem um maior rendimento, ou seja, na poupança realizada até 04/05/2012, que tem uma remuneração de TR + 6%. Com a abertura de nova conta poupança, você irá garantir uma remuneração fixa como a da época do império.

Saúde e Sucesso a todos que me leem.

Carlos Renato é Contador
http://twitter.com/Casrenato
http://casrenato.blogspot.com

domingo, 22 de abril de 2012

Jantar na Bovespa

Este mês é um mês muito especial para minha família e amigos, pois é quando comemoramos o Revellion particular de minha amada imortal, ou seja, minha esposa. Amiga e companheira de viagem nas veredas da vida, como dizia o grande Guimarães Rosa, estamos juntos há mais de duas décadas.

Para comemorarmos esta data, reuni os nossos filhos e propus fazermos um jantar para comemorar. Minha ideia foi prontamente aceita pelos garotos. Uma vez que minha sugestão foi aceita, aproveitei para demonstrar as vantagens de se fazer um jantar em casa, além da economia que não se faz necessário descrever, temos também a oportunidade de estarmos juntos e aproveitar a companhia uns dos outros. Além de aprimorarmos nossa “expertise” na cozinha, diga-se de passagem, não são lá estas coisas. Mas vamos ao nosso cardápio. Perguntei aos meninos como seria o jantar então o mais novo disse:
- Vamos servir AMBV e PEPB? Ou uma COCA? Bem geladinha.
Pai, podemos fazer JBSS ao forno movido a CMIG, com BRFS para acompanhar, sugeriu logo o mais velho.
A única coisa que não aceito é PHMO e CRUZ, estes dois de forma nenhuma, fui incisivo.
– Claro que não pai, aqui em casa ninguém dará dinheiro para estas empresas.
Podemos finalizar o nosso cardápio com BRFS e um IGUA expresso bem quentinho.

Preparamos o jantar, enquanto a aniversariante estava no ODPV. Quando a aniversariante chegou, em casa, já estava tudo preparado. A mesa posta com taças, pratos e talheres. Pelo sorriso de minha esposa, acho que nosso jantar foi um sucesso.

Coisas surpreendentes acontecem nestas datas especiais, os meninos após o jantar foram direto ao banheiro e utilizaram seus produtos COLG sem brigas ou ameaças de ficarem sem NETC.
Já estava esquecendo-me do mais importante, o presente de aniversário. Como são dois filhos tive que ser criativo e comprar um ARZZ, assim cada um pode entregar um pé.

Se você ficou curioso, para saber, qual foi o nosso cardápio, listo agora as empresas que participaram do nosso jantar na Bovespa:
AMBV – Cervejas e refrigerantes (Pepsi, Gatorade e as cervejas Antártica, Bohemia e Brahma).
PEPB – Pepsico Inc. (Pepsi, Kero Coco, H2OH).
COCA – Coca-Cola (Coca-Cola, Fanta, Del Valle, Kapo, Matte Leão).
JBSS – é a maior empresa em processamento de proteína animal do mundo (Brasil, Itália, Austrália, EUA, China...).
CMIG – Companhia de Energética de Minas Gerais
BRFS – BRF Foods – é a junção da Sadia e Perdigão (carnes e derivados)
IGUA – Iguaçu café
ODPV – Odontoprev (clinicas de odontologia)
COLG – Colgate (creme dental, sabonete Protex e Palmolive, Pinho Sol e Ajax).
NETC – Net (TV a cabo)
ARZZ – Arezzo Co. (Arezzo calçados femininos, Anacapri, Alexandre Birman e Schutz).
PHMO e CRUZ – Philip Morris e Souza Cruz (empresas de cigarros e fumo)

Espero, que o nosso jantar na Bovespa, sirva como aperitivo para que o leitor identifique-se com a Bolsa de Valores, ao saber, que vivemos cercados pelos resultados da Bovespa em nosso dia-a-dia.

Saúde e Sucesso a todos que me leem.
Carlos Renato é Contador
http://twitter.com/Casrenato
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sábado, 7 de abril de 2012

A partir de agora, você não mais está só – D.A

Este mês vou mudar o meu estilo de escrita para ajudar na divulgação de um trabalho, que encontrei no Jornal Valor deste mês, para ser mais preciso na revista Valorinveste em seu exemplar de Fevereiro 2012(n.58).
Esta revista divulgou o trabalho de um grupo de ajuda às pessoas inadimplentes, chamado de Devedores Anônimos ou simplesmente D.A. O primeiro grupo foi fundado em 1967, alguns membros do Alcoólatras Anônimos - A.A. entenderam que possuíam, acentuadas dificuldades no trato com dinheiro. Deram, então, os primeiros passos para a criação do D.A.
Todas as pessoas que tenham inabilidades quanto ao gasto excessivo, ao controle, à organização, à disciplina, e até aquela que tenha desprezo pelo dinheiro, pode ser um D.A.
Os Devedores Anônimos é uma irmandade de autoajuda que funciona dentro dos moldes do A.A., Os participantes seguem os 12 Passos e as 12 Tradições, a fim de conseguir a recuperação e o convívio natural com sociedade de consumo. Algumas das características dos devedores anônimos são:

Sinais de débito compulsivo

1) Não ser claro sobre a sua situação financeira. Não saber balanço de contas, despesas mensais, taxas de empréstimos, bens, ou obrigações contratuais.
2) Tomar emprestado freqüentemente itens como livros, canetas, ou pequenas quantias de dinheiro de amigos e outros, e falhar ao devolvê-los.
3) Poucos hábitos de economizar. Não se planejar para taxas, aposentadoria ou outro itens previsíveis, e então ficar surpreso quando eles se tornam um débito; uma atitude de “viva por hoje, não se preocupe pelo amanhã”.
4) Compras compulsivas: ser incapaz de não perder uma “boa oportunidade”; fazer compras impulsivas; deixar etiquetas de preço nas roupas e então elas poderão ser trocadas; não usar itens que você comprou.
5) Dificuldade em encontrar as finanças básicas e obrigações pessoais, e ou nenhum senso de comprometimento quando tais obrigações são encontradas.
6) Uma sensação diferente quando está comprando coisas no cartão de crédito ao invés de pagar a vista com dinheiro, um sentimento de pertencer ao clube, de ser aceito, de ser adulto.
7) Viver num caos e drama em torno de dinheiro; usando um cartão de crédito para pagar o outro; cheques devolvidos; sempre lidando com uma crise financeira.
8) Uma tendência a viver na fantasia: vivendo de pagamento a pagamento, correndo riscos com a saúde e seguro do carro, fazendo cheques esperando que o dinheiro vai aparecer para cobri-los.
9) Inibição e embaraço com o que deveria ser uma discussão normal sobre dinheiro.
10) Trabalhando demais ou recebendo menos que você merece; Trabalhando horas extras para ganhar mais dinheiro a fim de pagar os credores; usando o tempo de forma ineficiente; aceitando trabalhos abaixo da sua capacidade e nível de estudos e educação.
11) Uma má-vontade de tomar conta e de valorizar você mesmo. Vivendo uma vida imposta por você mesmo; negando a si mesmo suas necessidades básicas a fim de pagar os seus credores.
12) Um sentimento de esperança de que alguém irá tomar conta de você se necessário, de forma que você não estará em sérios problemas financeiros; que sempre haverá alguém a quem você pode recorrer.

O INÍCIO DA CURA OU OS DOZE PASSOS DOS DEVEDORES ANÔNIMOS

01. Admitimos que éramos impotentes perante as dívidas, que tínhamos perdido domínio sobre nossas vidas.
02. Viemos a acreditar que um Poder Superior a nós mesmos poderia nos devolver a sanidade.
03. Tomamos a decisão de entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidados de Deus, como nós O concebíamos.
04. Fizemos um minucioso e destemido inventário moral de nós mesmos.
05. Admitimos perante Deus, perante nós mesmos e perante outro ser humano a natureza exata de nossas falhas.
06. Ficamos inteiramente prontos para que Deus removesse todos esses defeitos de caráter.
07. Humildemente pedimos a Ele remover nossas imperfeições.
08. Fizemos uma relação de todas as pessoas que tínhamos prejudicado e nos dispusemos a reparar os danos a elas causados.
09. Fizemos reparações diretas dos danos causados a tais pessoas, sempre que possível, salvo quando faze-lo significasse prejudicá-las ou a outrem.
10. Continuamos fazendo o inventário pessoal e, quando estávamos errados, nós o admitíamos prontamente.
11. Procuramos, através da prece e meditação, melhorar nosso contato consciente com Deus, como nós O concebíamos, rogando apenas o conhecimento de Sua vontade em relação a nós e a forças para realizar essa vontade.
12. Tendo tido um despertar espiritual por meio destes passos, procuramos levar esta mensagem aos devedores compulsivos e praticar estes princípios em todas as nossas atividades.

Entrei em contato com o grupo pelo endereço eletrônico e recebi a seguinte resposta. “Seja bem vindo(a). A partir de agora, você não mais está só. A resposta para a sua melhora está bem dentro de você. Procure um de nossos grupos ou nossa literatura para descobrir a chave que o(a) libertará. Lembramos, entretanto, que o primeiro passo de ajuda terá que ser dado por você e que não existe melhora sem ação.
Espero ter contribuído na divulgação deste trabalho, e que caso o leitor enquadre-se neste perfil procure a ajuda dos DEVEDORES ANÔNIMOS.

Saúde e sucesso a todos que me leem.

Carlos Renato é Contador
crenatoalmeida@gmail.com


sábado, 10 de março de 2012

Obrigada a todas as mulheres por fazerem a diferença

No dia 08 de março não comemoramos como muitos pensam a igualdade, celebramos sim a diferença.
A diferença que faz uma mulher em uma casa.
A diferença colorida, diferença emotiva, algumas vezes ruidosa.
Comemoramos a diferença cúmplice.
A diferença que carrega segredos, como o de gerar, sorrir em meio a dor, acolher e fazer acalantos para apaziguar o mundo.
Foi a diferença que estarreceu homens e não os deixou indiferentes há cem anos, frente a uma fábrica em chamas, onde perderam suas filhas, mães, irmãs, mulheres ..amores.
Eles que não puderam salvar aquelas mulheres, mas lançaram ao mundo um apelo para que se salvassem todas as outras e que todos os dias fossem diferentes para todas as mulheres a partir daquele momento.

Obrigada a todas as mulheres por fazerem a diferença.

Lurdenilde

segunda-feira, 5 de março de 2012

RECEITA DE AÇÕES

Esta semana um sobrinho de 08 anos, ao escutar minha conversa com o seu pai sobre ações, me fez a seguinte pergunta: “ - Tio poderia me explicar como funciona esta tal de ação?”

Neste momento gelei, como irei explicar para uma criança de 08 anos, o que são ações de uma empresa. Então, lembrei-me de um exemplo, no qual o autor explica ações como se fosse a receita de um bolo. Sempre que falo em bolo referindo-me a economia ou finanças recordo-me do discurso, do então ministro da economia, Delfim Neto, que dizia, que primeiro o governo deve fazer o bolo crescer, para depois dividi-lo entre os cidadãos. Já se vão mais de 30 anos deste discurso, e ainda não vi a divisão do bolo, mas este é assunto para outro texto mais profundo e reflexivo.

Voltando ao questionamento de meu sobrinho. Tentei explicar-lhe da seguinte forma:
- Imagine se todas as pessoas da família reunissem para fazer um bolo. Cada um dos tios comprasse um ingrediente do bolo, por exemplo, o tio Paulo compraria a farinha, o tio Victor o leite, o tio Vinícius o chocolate e assim todos os demais tios comprassem algo para o nosso bolo.

Imagine também, se cada uma das tias participasse com o mão-de-obra, ou seja, a tia Vera peneirasse a farinha, a tia Lu misturasse a massa, a tia Fátima fizesse a decoração do bolo. O Vovô e a Vovó ficariam responsáveis pelo forno, o gás e a energia elétrica necessária para ligar a batedeira e para assar o bolo.
Você está entendendo? Perguntei. Ele estava igual a uma coruja, com olhos arregalados e prestando a maior atenção, disse: “- sim tio, pode continuar”.

Bem, continuei eu, como você escutou na conversa que tive com o seu pai, existem ações Preferenciais Nominativas (PN) e ações Ordinárias Nominativas (ON). Para você entender, digamos que os tios são as ações Preferências, pois eles não interferem no modo como o bolo será feito, apenas fornecem a matéria prima ou o capital(dinheiro). As tias e os avós são os acionistas Ordinários, pois eles influenciam no modo como o bolo é feito, quanto tempo ficará no forno, a quantidade de ingredientes que utilizará no bolo, quantos ovos, a quantidade de leite e fermento, qual será o enfeite, etc.

A grande diferença entre os tios (PN) e as tias (ON) é que quando o bolo ficar pronto os tios (PN) serão os primeiros a receber seu pedaço do bolo, proporcional ao gasto que teve para comprar o ingrediente para o bolo. As tias (ON) por terem influenciado diretamente na feitura do bolo, e ter trabalhado com o capital(dinheiro) de terceiros(tios). Terão direito a sua fatia de bolo, somente após ter remunerado, em forma de bolo, os tios, que arriscaram o seu dinheiro na realização do bolo, que poderia dar certo ou não, sem que os mesmos possam influenciar no modo de fazer o bolo.

De repente ele solta, aquelas pérolas, que somente uma criança é capaz de dizer:
- Tio, nós podemos ir a padaria e comprar umas ações, pois esta conversa de bolo deu a maior fome. Eu quero um pedaço de bolo bem grande, igual a do sócio majoritário.
Caímos todos na risada e fomos satisfazer a vontade de nosso futuro acionista se não da Bovespa ao menos da MIXPÃO.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Troca Solidária


Inicio de ano é sempre cheio de novidades e gratificantes experiências. Quando pensamos que já não há o que ser dito sobre finanças pessoais sempre nos deparamos com novos fatos até então não descritos por autores, estudiosos, pesquisadores e economistas que se debruçam sobre o tema.
Este janeiro, estava eu prestes a iniciar o artigo de finanças pessoais, que iria abordar as questões dos tributos (IPVA, IPTU e as diversas taxas) que desembolsamos no início do ano. Pensando também, em abordar o tema de volta as aulas com as dificuldades na compra do material escolar, matrículas em cursos de línguas e atividades extracurriculares, quando fui informado de uma nova experiência da família Miranda.
Após as festividades de final de ano e com as drásticas notícias de chuvas e enchentes advindas principalmente do Sul de Minas Gerais. A família Miranda resolver fazer uma economia solidaria e criar uma nova forma de consumo e de ajuda solidária ao próximo.
As mulheres da Família Miranda, sim, sempre elas, mulheres, solidárias e econômicas desde a origem do termo. Pois a palavra economia vem do grego oikos (casa) e némein (administrar). Desta forma podemos entender, que a origem do estudo da economia vem da administração do lar, pois os antigos gregos não tinham tempo para administrar o próprio lar, dedicavam-se a Ágora, ou seja, a política e a democracia.
A descrição do dia da troca a seguir é o depoimento da idealizadora do evento, carinhosamente chamada pela família Miranda de Lu: “ - E na quinta, lá estávamos. Minha irmã improvisou duas araras ( feitas com cadeiras e cabos de vassoura) em uma ela dispôs os objetos dela, bem arrumadinhos. Só a organização já foi divertida e deixou o ambiente descontraído. Minha irmã também preparou um lanche e ficamos beliscando enquanto aguardávamos. Uma das sobrinha(11 anos) levou revistinhas para trocar por uma bota da minha mãe, que a deixou alucinada, mas a minha mãe acabou esquecendo a bota, mas ele achou vestidos que cabiam nela, brincos, maquiagem e uma bolsa que ela já queria esconder antes da troca. Cada uma das participantes espalhou suas coisas por um espaço da sala. Logo as peças foram encontrando novas donas, algumas ainda com etiqueta.
O melhor, é que todo mundo queria ser escolhido, experimenta meu vestido, esta blusa..foi uma confusão organizada, com direito a desfiles curtos, quando algo ficava muito bom em alguém. Não tinha nada feio, o espírito era este mesmo, todas as coisas levadas foram compradas por que eram bonitas, mas por algum motivo, elas foram ficando no armário, sem uso. Trocá-las por algo que você sabe que vai usar é libertador. Uma das irmãs comentou:
-Nossa parece que acabo de sair de uma loja e comprei um monte de roupas novas!”
Fui informado por uma das integrantes da família Miranda que as peças que não encontraram novos donos, foram doadas para os desabrigados da chuvas.
Conversando com algumas das mulheres de 11 a 60 anos, que participaram do dia da troca solidária e realizando o famoso cálculo de padeiro, considerando também a quantidade de itens envolvidos, excluindo o fator depreciação, calcula-se que em média cada participante economizou R$ 500,00, o que daria uma economia total de R$ 5.000,00.
Deixo com a Lu, a nossa entrevistada, a dica do mês - “Todo mundo tem amigas próximas e pessoas com quem teriam a liberdade de trocar uma peça de roupa ou um sapato. Quem tiver disposto a se arriscar eu recomendo, feliz armário novo!”
Saúde e sucesso a todos que me leem.
Carlos Renato é Contador
crenatoalmeida@gmail.com
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