quinta-feira, 15 de setembro de 2011

AS PENEIRAS DAS FINANÇAS

O pai da Filosofia grega, o grande Sócrates, que viveu nos anos de 469 a 399 A.C, homem de grande sabedoria e enorme simplicidade. Era um filosofo prático, pois o mesmo filosofava durante os seus passeios na Ágora e nas feiras populares da Grécia.
Em um desses passeios filosóficos, foi abordado por um mercador, que tinha algo a falar-lhe sobre um amigo em comum. Sócrates pediu um momento e questionou-o: - você passou a informação no crivo das 3 (três) peneiras? As três peneiras socráticas são a Verdade, a Bondade e a Utilidade. Continuou o sábio dizendo: - O que tens a dizer-me é verdade? Com certeza, deve ter passado a informação pela peneira da bondade, ou não? Pensaste bem, se é útil? Então, disse-lhe o sábio, se o que queres contar-me não é verdadeiro, bom e nem útil, então é melhor que o guardes apenas para ti. O homem retirou-se em silêncio e envergonhado da presença do filósofo.
A história acima se passou há mais de dois mil anos, más é extremamente moderna e útil para os nossos dias, pois quando falamos de Educação financeira, podemos facilmente adapta-lá para o nosso cotidiano.
Consideremos o texto citado na seguinte cena do dia-a-dia. Uma família passeando pelo shopping, que podemos considerar o mercado moderno, o centro de consumo e de desequilíbrio financeiro, para muitas pessoas de nossa convivência diária.
Durante este passeio várias falsas necessidades são criadas. O Marketing e suas diversas ferramentas de vendas nos remetem as necessidades irreais, pois ao adquirirmos um bem, não necessariamente, tem que ser da etiqueta X ou Y. A etiqueta por si só, não agregam nada ao bem em si, mas com certeza acrescentaram alguns zeros ao valor do bem. Existem certas aquisições que fazemos em que o plano básico ou o simples já nos atenderiam perfeitamente, mas não, somos impelidos a adquirir um “Plus-Mega-Power”. Entretanto não sabemos utilizá-lo ou necessitamos somente do básico.
Diante disso, convido ao meu amigo leitor a utilizar as peneiras Socráticas diante desta rede desvairada de consumo, que a cada dia está mais agressiva e compulsiva. Sugiro que nas próximas aquisições, você lembre-se deste texto e se faça algumas perguntas, antes de fechar um negócio. As perguntas que você deve fazer-se são:
• Eu realmente necessito deste bem? Qual a minha real necessidade para desembolsar várias semanas ou meses de trabalho árduo, para adquirir este produto. – Peneira da Verdade.
• A aquisição deste bem trará alguma bondade, ou seja, quais os verdadeiros benefícios deste produto? Está aquisição é o melhor para as pessoas que dependem de mim ou é apenas um luxo para satisfazer o meu ego. – Peneira da Bondade.
• Este produto realmente me será útil? Ou será mais um produto para se acumular nas garagens e armários de minha casa. – Peneira da Utilidade.
Além das três peneiras Socrática, sugiro que você acrescente mais duas peneiras, que são as peneiras do Tempo e a de Prometheu. A peneira de Prometheu, nome grego que significa pensar antes, o princípio desta peneira é o de pensar bem, antes de comprar um produto, para não ser um Epimetheu, que significa pensar depois, e aí o arrependimento é certo. A última peneira é a do Tempo, pois nada melhor que o Tempo para encontrarmos uma boa promoção. As mudanças de estações, novas tecnologias ou até mesmo um crise de mercado. Estes eventos fazem com que os preços de bens, produtos e ações de empresas fiquem muito atrativos e interessantes. Nestes casos teremos orgulho de nós mesmo, e não sairemos em silêncio ou envergonhado de termos feito um mau negócio.

Saúde e sucesso a todos que me leem.

Carlos Renato
crenatoalmeida@gmail.com