segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Memórias ou Minha Mãe Minha Mestra em Finanças

Outro dia navegando pela internet, deparei-me com um texto do Carlos Renato de Almeida, esse rapaz é casado com uma sobrinha muito querida, a Denilde. Enfim, vocês devem estar pensando, e daí? O fato é que o texto dele relatava a história da própria mãe, narrando como ela geria os parcos recursos que a família conseguia, para passar o mês. Então, eu resolvi devolver a ele um texto, com a saga econômica da minha família, uma vez que nós nunca conversamos a esse respeito. Então vejamos:
A senhora minha mãe teve vinte e dois filhos, com o mesmo marido, antes que surjam dúvidas. Criou dezessete, quatro morreram ainda crianças e um morreu com 15 anos; afogado, esse ela nunca enterrou, pois seu corpo não fora encontrado.
Mamãe era costureira e papai pintor de paredes. As coisas lá em casa eram bastantes escassas, olha, que eu peguei uma fase melhorzinha, pois estou entra as caçulas, mas mesmo assim fui testemunha de muita economia.
Para se ter uma idéia, em nossa casa aproveitava-se de tudo. Roupas e sapatos, ganhávamos. Ao lavar roupas, não tínhamos máquina de lavar, a água oriunda da sobra da lavagem ,era utilizada para dar banho nos cães e também lavar banheiro e terreiro.
Chuveiro elétrico, não tínhamos, usávamos caldeira que era aquecida pelo fogão à lenha, em épocas de muito aperto, papai não conseguia serviço, e até o dinheiro para a lenha, faltava, ai cozinhávamos com a serragem, a turminha de hoje não deve nem saber o que é isso.
Alguns artigos eram considerados de luxo na nossa casa, entre eles sabão em pó, amaciante, absorvente, xampu e vários outros. As frutas que comíamos com frequência eram bananas e laranjas, ás vezes melancia, se estivesse “mais em conta”.
Papai tinha um sonho; queria ter uma motocicleta, mas toda vez que ele tocava no assunto a D. Lourdes, minha mãe, dizia para ele:
- Agenor esse dinheiro que conseguimos juntar é para construir mais um barracão, para alugar.
Assim eles iam aumentando nosso patrimônio, quando assustávamos, chegava um caminhão de cascalho, areia e cimento, o que significava o início de mais um empreendimento da D. Lourdes.
A pobre mamãe nunca usou uma jóia, a motocicleta do papai nunca foi comprada, porém com todo aperto que passamos, nunca passamos fome.
Da turma dos dezessete somente três fizeram curso superior, todavia todos moram em casa própria, possuem carros e levam uma vida considerada boa para os padrões atuais.
Mamãe e papai ensinaram-nos que não era saudável pagar aluguel, então a senhora D. Lourdes comprou para a família dois lotes de esquina e ajudou do seu modo, a cada um conseguir o seu cantinho, o fato é que a maior parte dessa grande família mora próxima.
A sina de pessoa controladora, e arrisco dizer, de educadora financeira da nossa família, assim como na casa do Carlos Renato, foi da nossa mãe.
Hoje não temos mais a presença dela. Resta-me relatar que nem mesmo em seu enterro tivemos que desembolsar qualquer vintém, a precavida D. Lourdes deixou absolutamente tudo pago.

Autora: Maria Cristina Peixoto

sábado, 5 de novembro de 2011

Rumo ao Tesouro

Entrou em cartaz mais um filme da série Piratas do Caribe, o filme Navegando em Águas Misteriosas. Desta vez o capitão Jack Sparrow (Johnny Depp) está a procura da Fonte da Juventude. A nova aventura do capitão se passa no reino da Espanha e como sempre repleta de efeitos espéciais e muito humor. Entretanto, vou ficando por aqui, pois não sou o capitão Jack Spaarrow para navegar em Águas Misteriosas. Tenho conciência de minhas limitações, e não sou crítico da nobre sétima arte para falar de cinema.
Utilizei o filme para abordamos um dos vários tipos de aplicações financeiras disponíveis no mercado financeiro brasileiro, e não o da Espanha, como é o caso da aventura do capitão Jack Sparrow. Iremos conversar sobre o TESOURO DIRETO. Esta forma de aplicação financeira é um programa de vendas de títulos das dívidas do Governo Federal. Estes títulos são vendidos, em grande parte, via internet, para pessoas físicas.
No entanto, muitos bancos tem oferecido esta modalidade de investimento para seus clientes. Apesar de ter os valores de taxa de administração mais elevados para desencorajarem os clientes, o TESOURO DIRETO tem a seu favor a estabilidade dos títulos, pois ao oposto dos piratas dos filmes, não queremos que as nossas finanças sejam aplicadas em aventuras, ou que naveguem em Águas Misteriosas, como é o caso do filme citado.
Sendo o TESOURO DIRETO uma dívida do Governo Federal, e considerando que o Governo Federal vai muito bem, e com certeza é o último a falir, se falir, pois até hoje nunca ouvi dizer que um país tenha quebrado. Caso este fato venha a ocorrer com certeza todos os demais bancos do país já quebraram antes.
Os títulos do TESOURO DIRETO são considerados títulos de renda fixa, ou seja, não tem uma grande variação e exposição ao mercado de risco, como é o caso das ações. Estes títulos basicamente se dividem em:
• Pré-fixado e
• Pós-fixado.
Os títulos pré-fixados são os investimentos, que ao serem contratados já se sabem qual será o valor a ser recebido no futuro, independentemente da variação do mercado ou dos índices financeiros. Esta modalidade é interessante para quem tem uma dívida no futuro, a qual o valor já está determinado, por exemplo, as prestações intermediárias de imóveis financiados.
Já os títulos pós-fixados acompanham a variação do mercado com índices de correção como a Selic, IGP-M ou IPCA. Esta modalidade de título mantém o valor do dinheiro no tempo, garantindo os índices de inflação e também um ganho real. Títulos estes, ideais para quem quer garantir um complemento à aposentadoria ou a faculdade dos filhos ao estilo norte-americano.
As aplicações no TESOURO DIRETO podem ser realizadas a partir de R$ 100,00 (cem reais), o valor inicial é baixo e é mais rentável do que a tradicional poupança. Ao estilo dos grandes piratas das histórias e dos filmes de aventura, deixo aqui o mapa do tesouro, que pode ser acessado via internet no sítio www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro_direto e como dizia o poeta “navegar é preciso, viver não é preciso”, investir também deve ser preciso, tanto no sentido de exatidão quanto no sentido de necessário.
Saúde e sucesso a todos que me leem.
Carlos Renato é Contador
crenatoalmeida@gmail.com

http://casrenato.blogspot.com