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quarta-feira, 23 de março de 2011

De Empregado á Acionista

Carlos Renato de Almeida

Há vinte anos trabalho em uma empresa de capital aberto, as empresas de capital aberto são as que têm suas ações listadas em bolsa de valores, no caso das empresas brasileiras as ações são negociadas na Bovespa, que é a bolsa de mercado e valores de São Paulo.
Sempre tive certo temor de aplicações em bolsa de valores, pois mesmo tendo formação acadêmica em Ciências Contábeis, muitos professores conservadores, pintavam o investimento em ações como uma verdadeira roleta russa.
Para agravar um pouco mais a resistência ao mundo do investimento de renda variável (como são chamadas as ações, devido a sua característica de variação constante) trago comigo uma posição política mais a esquerda, por influência familiar , de uma irmã mais velha, que sempre foi simpatizante do PCB, fazendo parte por muitos anos da Associação de Professores Públicos de Minas Gerais - APPMG, do qual organizou e participou de várias passeatas nos anos de chumbo da ditadura. Tenho muito orgulho de minha irmã de saber que ela ajudou a construir um país melhor para os meus filhos.
Somado a estes fatos, o discurso do sindicato, do qual fui afiliado durante grande parte de meu tempo de empresa sempre acusavam os acionistas ou o governo como culpado de todos o problemas profissionais. No caso específico da minha empresa, o governo é o maior acionista da empresa, ou seja, o grande culpado era um só.
Este modo de pensar e ver o mundo me acompanhou durante um longo tempo. Até que em um belo dia, recebi um e-mail sobre uma feira de investimentos denominada Expo - Money, na qual a empresa em que trabalho iria participar e o melhor os ingressos eram gratuitos. Solicitei um par de ingressos e fomos a Expo - Money, eu e minha esposa.
Assisti a várias palestras, mas uma em especial mudou minha forma de ver o mundo dos investimentos. A palestra da economista e jornalista Rita Mundim, que abordou o assunto de renda variável, mais especificamente ações como investimento de longo prazo, não sei se foi o acaso ou algo assim, mas a empresa que ela utilizou como exemplo foi justamente a empresa em que trabalho. Ela citou alguns clientes e amigos, que acumularam seu primeiro milhão graças à empresa na qual trabalho.
Aquela noite de sexta-feira para sábado foi uma noite turbulenta e transformadora, pois a palestra levou-me a refletir sobre os meus conceitos sobre investimentos. Vários questionamentos em assombraram naquela noite. Seria mesmo um bom caminho financeiro a seguir? Os meus professores estavam equivocados? Minha ideologia era uma falácia?
Ao amanhecer fui para a sala de estudos e comecei a rever alguns fatos e momentos, que alteraram meu relacionamento com o mundo das finanças, o qual vinha praticando até então, cito alguns dos pontos de reflexão:
• Os professores na década de 90 estavam acostumados com inflação galopante e falta de seriedade nas políticas econômicas;
• O Socialismo já não era mais uma alternativa, pois a União Soviética e a China já haviam se entregado a força do capitalismo.
• O sindicato sempre discursava que quem ficava com os lucros da empresa eram os acionistas. Porque não se tornar um deles?
• O discurso da empresa era sempre o de remunerar bem os acionistas, pois o capital era deles e deveriam ter o retorno do seu capital. Porque não se tornar um deles?
• No estatuto da empresa é garantido uma remuneração mínima, mesmo que haja prejuízo.
• O plano Collor confiscou todos os valores depositados na poupança acima de NCz$50mil (Cruzado novo). Logo a poupança que é o investimento mais seguro dos riscos de mercado, entretanto não confiscou as ações.
Diante de todas estas ponderações na segunda-feira procurei uma corretora de valores e adquiri todo o meu 13º salário em ações da empresa em que trabalho. Agora além de meu salário mensal, ainda recebo dividendos, juros sobre o capital próprio e a valorização de mercado das ações.
Por último, mas não menos importante, no mínimo uma vez ao ano participo da Assembleia Geral Ordinária – AGO, da qual participam também os diretores e acionistas, conforme previsto na lei 6.404/76 em seu Art. 132.” Anualmente, nos 4 (quatro) primeiros meses seguintes ao término do exercício social, deverá haver 1 (uma) assembléia-geral para: I - tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as demonstrações financeiras; II - deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício e a distribuição de dividendos; III - eleger os administradores e os membros do conselho fiscal, quando for o caso; IV - aprovar a correção da expressão monetária do capital.”
Espero que esta história possam leva-lós a refletir sobre o mercado de ações e sobre o investimento em suas próprias empresas, pois ninguém melhor do que o empregado da empresa para saber se a empresa tem futuro promissor ou não.
Saúde e sucesso a todos que me leem.
Carlos Renato é Contador

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terça-feira, 3 de novembro de 2009

CEMIG
Como é do conhecimento de todos sou empregado da Cemig já há 20 anos. Esta semana recebi um e-mail de um grande amigo que se aposentou me solicitando ajuda para responder um e-mail, que sua irmã havia recebido de uma cliente Cemig.
Assim sendo descrevo abaixo os comentários que realizei do referente e-mail, a intenção das respostas e somente uma reflexão do que vejo no cotidiano.
Assunto: Cemig.
Data: Sábado, 17 de Outubro de 2009, 22:02
É sabido por todos que os mineiros pagam a conta de energia elétrica mais cara do Brasil. Todos sabem também que sobre o valor da sua conta de luz, o mineiro para também sofre com a maior alíquota de ICMS do Brasil, que para o consumidor pessoa física é de 30 % e para as empresas é de 18 %, sendo que elas ainda conseguem descontar esses 18 % no ICMS a pagar, ao passo que o consumidor pessoa física não.
[Crenato] Quando se fala só do valor de energia, a da Cemig não é a mais cara do Brasil. Ficamos entre a 8º ou 10º depende da época devido a revisão tarifária ser em datas diferentes. O ICMS sim e o nosso grande vilão, quanto ao repasse ou abatimento do ICMS já é assunto tributário e não de energia.
Sabemos ainda que o fornecimento de energia elétrica em nosso estado é monopólio da CEMIG e que o consumidor mineiro está nas mãos de uma única empresa, sem chance de trocar de fornecedor, caso não esteja satisfeito com o serviço.
[Crenato] Não se pode falar em monopólio e sim em concessão, pois em MG temos a Gataguazes-Leopoldina(grupo Energisa), que tbm fornece energia. A concessão pode ser alterada ou finalidade a partir do momento que a concessionária/permissionária não cumprir suas obrigações contratuais/legais..
Os grandes clientes, chamados tbm de clientes livres podem escolher os seus fornecedores,entretanto continuam clientes da Cemig GT devido a confiabilidade e qualidade do produto Cemig. A Cemig tbm tem vários clientes livres em SP, GO, MT, TO entre outros. A distribuidora e do Estado de origem, más a geradora e a Cemig.
Todos sabem também que a CEMIG já foi uma das melhores empresas brasileiras desse setor e hoje é um exemplo de ineficiência e de descaso com o consumidor.
[Crenato] Continua sendo a melhor não só do Brasil mas do planeta segundo a bolsa de New York, por isso estamos a 10 anos no índice Dow Jones. Quando se fala de IDJ a Cemig é a melhor em utilites que incluem( Energias, Telecom, Agua e etc)
Há tempos atrás, eram raros os cortes de energia e quando acontecia, a CEMIG tinha uma grande equipe própria de manutenção altamente treinada e que atuava prontamente pra sanar o problema.
Crenato] Aqui temos um problema conceitual, o corte só ocorre por inadimplência ou fraude.
Eles faziam não só a manutenção corretiva, mas também a preventiva. Nos períodos sem chuva, podavam as árvores que poderiam danificar a rede elétrica, trocavam equipamentos ineficientes, enfim tudo era feito para garantir um bom serviço ao consumidor.
[Crenato] Existia um convênio com a prefeitura para este tipo de poda, que hj não existe mais. Há um questionamento sobre de quem é a responsabilidade.
A coisa mais comum no passado era ver os veículos verde e branco da CEMIG circulando pela cidade.
Hoje não os vemos mais. Eles simplesmente sumiram. Ninguém vê os carros de manutenção da CEMIG. É porque eles não existem mais. A empresa não liga mais para a manutenção, pois isso não dá dinheiro; só dá despesa. E o consumidor como fica?
O consumidor que se dane.
Para a CEMIG você é apenas mais um Zé Mané.
Eles simplesmente não se importam se você vai ficar dois ou três dias sem energia elétrica.
A CEMIG não quer saber se você mora no 20º andar de um prédio, se você é idoso, se têm problemas de saúde ou se você tem um comércio que depende essencialmente da energia elétrica.
[Crenato] O tratamento realizado pela Cemig é igualitário para todos os clientes ao reestabelcer a rede, pois ao restabelece uma conexão se energiza toda uma região independente do caso. Nos casos de doenças existe um cadastro nas agências para que se tenha um atendimento prioritário e no caso de corte existe uma maior flexibilidade.
Mas se você atrasar a conta de luz, em poucos dias a CEMIG corta a sua energia e a instrução que seus agentes têm é a de fazer os cortes preferencialmente às sextas feiras à tarde, que é para causar o máximo de transtorno ao consumidor, que só terá a sua enérgica religada a partir da segunda feira. Para esse “serviço” eles têm uma grande equipe.
[Crenato] Segundo a portaria 456 da Aneel o corte só ocorre após 15 dias de inadimplência. No caso Cemig devido ao volume de dados o corte ocorre após 45 dias e dependendo do valor, dando prioridade aos valores mais altos. Conforme a portaria os cortes não podem ocorrer nas sextas-feiras e o sistema Cemig já é configurado dentro do parâmetro da Res. 456
Ex: a 1ª conta venceu no dia 30/03, o reaviso saíra na 2ª conta com vencimento para o dia 30/04, ou seja na próxima conta. A permissão para corte ocorrerá por volta do dia 05/05. Nestes casos teremos aproximadamente 45 dias de inadimplência .
Já há alguns anos, a CEMIG terceirizou o serviço de manutenção e transferiu todos os atendimentos que antes ela executava para um número reduzido de empresas que atendem de forma insatisfatória e ineficiente. Obviamente estas empresas ganham por cada atendimento feito e assim elas não se preocupam mais com a qualidade e nem se importam em fazer uma gambiarra, pois se der defeito novamente elas ganham mais pelo mesmo serviço.
[Crenato] Esta limitação na escolha do prestador de serviço é limitado pela lei 8.666, pois uma vez que a empresa tem o menor valor e ganhou o leilão eletrônico/licitação, não há muito que se fazer, a não ser se ater as cláusulas do contrato.
Quanto maior for o número de chamadas mais elas ganham.
É por isso que hoje temos um grande número de cortes de energia como nunca tivemos anteriormente.
[Crenato] O número ideal de corte seria muito maior, pois a inadimplência das faturas da Cemig é muito grande devido ao pensamento de ser um serviço social. Mas não nos esqueçamos que” não existe almoço grátis”, quando o inadimplente não paga o valor vai para tarifa é e rateado para todos os adimplentes ( eu e vc que pagamos em dia as contas).
Eles alegam que a grande incidência de cortes de energia elétrica se deve ao grande volume de chuvas, mas isso sempre houve desde que o mundo existe. Sempre tivemos períodos de chuvas e de ventos fortes. A diferença é a manutenção que hoje é fraquíssima.
[Crenato] Não há cortes nestes casos.
As quantidades de chuvas nunca foram com a intensidade de hj, o efeito estufa, El nino e etc também atingem a Cemig. Chuva de granizo como a do ano passado nunca foi vista em BH.
No passado não existia, mas hoje a CEMIG tem um excelente centro de meteorologia e tem condições de prever as chuvas com grande precisão. Portanto, isso não é desculpa.
[Crenato] Mesmo com todo o investimento em tecnologia não há uma previsão 100% e caso a Cemig fosse investir todo o valor necessário
Moro em Belo Horizonte há mais de 50 anos e nunca havia ficado mais de 2 horas sem energia em minha casa. Hoje, nos períodos de chuva, os cortes são quase que diários, sendo que no ano passado eu fiquei sem energia em casa por 60 horas, ou seja, por dois dias e meio.
Na época tentei reclamar, mas os telefones da empresa simplesmente não atendiam. Eram milhões de consumidores tentando reclamar ao mesmo tempo. O tal do atendimento automático é um nojo. Estive pessoalmente nos dois endereços da CEMIG em BH (Rua Itambé e Avenida Barbacena) para tentar reclamar e não havia ninguém apara atender. Fui praticamente posto pra fora pelos seguranças.
[Crenato] Nas contas de Energia vem informando o endereço da agência em que o consumidor deve procurar para este tipo de informação. Se vc quer registrar uma ocorrência policial vc não vai a secretária de segurança e sim a uma delegacia. Se for reclamar de um produto comprado em uma loja, vc vai ao ponto de venda e não na área burocrática da loja de departamento. O mesmo acontece na Cemig. Os prédios procurados são locais burocráticos e não operacional. Neste caso ele deveria ter procurado a agencia de atendimento.
Eles dizem que se você registrar a reclamação, eles reembolsam o consumidor pelos seus prejuízos. O problema é que você simplesmente não consegue reclamar.
[Crenato] Por experiência própria tenho vizinhos que foram reembolsados uma vez provado que se tratava ser a Cemig a culpada.
A sorte desses picaretas é que eles não têm concorrentes e o consumidor não tem outra opção e cientes disso, é assim que eles te tratam.
[Crenato] Paulo para nós que somos empregados e sabemos o compromisso dos empregados da Cemig com os clientes, sabemos que isto não é verdade. Agora tentar agradar a todos num ambiente de 7 milhões de cliente é impossível.
Senhor consumidor, Zé Mane, Zé Ruela: Pague a conta e não encha o saco.
Um abraço
Mais uma consumidora desiludida com esta empresa e impotente diante de tamanho descaso.
[Crenato] Gostaria de ver a opinião dos clientes, que só agora, depois da universalização( luz para todos(Lula/Aécio)) tiveram acesso a energia elétrica, tem a mesma opinião desta cliente.
A pessoa em questão tbm é omissa, pois não assinou o artigo.